sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Carta de Protesto - A quem possa interessar.

Eu sou culpado


Carta-de-protesto
Sinto muito mas não há mas volta... Eu sei a vida é injusta e você não pode fazer nada, pense bem e apenas continue sendo cúmplice. Suas mãos não estão menos sujas que as minhas.

Saiba que cada crime que cometo tem um dedo seu - Ora não faça essa cara de indignado. Corra, tente rezar, feche os olhos e finja não viver na mesma realidade que eu.
Finja não respirar esse ar impuro que ajudou a construir - Ora como assim, estou pegando pesado? Foi você que começou com essa história de estar com medo. Medo de sair de casa e de nunca voltar - É claro que acho graça.

Essa impotência diante dos fatos é a vida meu caro. Não faço ideia do porquê de estar tão indignado se você não se sente seguro. Agora olhe pra mim e me acuse de dar essa vã vida que você tem, encarcerado em sua própria casa, com medo pelos seus entes queridos... Engraçado que, em outra época poderia ter sido uma amante ou um amante, uma companheira para sua jornada. Mas agora sou quase o seu algoz, sua assassina e torturadora, praticamente o carrasco que decide seu futuro. Não, não vou dizer se é a sua hora, só quero que pare de me importunar com suas falsas acusações. Assuma sua parte nessa desgraça toda, por que afinal, fui forjada por você e seus irmãos, ou como queira chamá-los, ou seja, o sangue que corre em minhas mãos também corre pelas suas, você faz parte do que eu sou e eu faço parte de você. Portanto, pense bem antes de me acusar sobre as coisas que acontecem ao seu redor. Sou apenas as consequências de suas ações, ou a falta delas. 

Ass: Sociedade. 



Texto escrito e revisado por: Leonardo Bastos.
Edições: Carol Moraes.

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