quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Batman - A Piada Mortal


E saiu Batman Piada Mortal, umas das melhores e aclamadas histórias do homem morcego que a DC meio que guardava a sete chaves, na espera de gerar money e faturar em cima desses fãs que vendem até os rins por esses tesouros.

Batman Piada Mortal Cartaz
Crédito da imagem: www.portaldoheroi.com


Acredito que tenha sido o momento certo de lançamento, porque apesar da linguagem versátil e de qualidade, possivelmente não teria um impacto maior se fosse lançado posteriormente. Quando a obra clássica foi lançada, a HQ de Piada Mortal funcionou como um tanque de guerra rompendo barreiras e traçando um caminho novo em relação a enredo e histórias. Como sempre os personagens mais niilista dos quadrinhos, pegou a violência e a usou como um instrumento para recontar uma história.

Nessa história, para aquela época, o Coringa rompe a barreira dos estômagos fracos e mostra o lunático sádico que todos sabiam que ele era. E isso foi inovador. O personagem caótico finca sua bandeira de que todos temos um monstro em potencial igual a ele ou pior, e tem como objetivo demonstrar isso, escolhendo até então a figura incorruptível que era e é o Comissário Gordon. Na trama frenética, psicodélica e enlouquecedora, Gordon é vitima de um dos planos mais ensandecidos do Coringa, que tem como cena mais marcante o atentado a sua filha, Barbara Gordon, a Batgirl e futura Oráculo. Contextualizando essa é uma cena das quais os diabologistas das HQs quase tiverem um infarto pois mostra o coringa, atirando a queima roupa na região onde acertaria sua coluna vertebral, deixando a Batgirl paraplégica para sempre e tirando sua roupa enquanto seus capangas espancam seu pai, o Comissário Gordon, e tira fotos suas, sem roupa, para construir o túnel enlouquecedor que forçaria Gordon passar (também sem roupa, sim o coringa tava numa vibe dessas). Então senhores foi algo que gerou polemica, mais permitiu que as histórias evoluíssem. Encaro essa HQ e suas cenas antológicas, no pedestal das histórias de quadrinhos tão emblemática quanto a morte de Gwen Stacy, no Homem Aranha. São como pontos históricos que possibilitam aos autores irem mais além.

Na animação, a DC faz uma introdução assustadora (de ruim) abordando temas feministas e dramas adolescente românticos, acredito que tenham tido vontade de mostrar a Batgirl forte e autônoma, mas com os diálogos fracos e dramas superficiais, a fez mais parecer mais uma adolescente apaixonadinha. E um Batman pegador que não respeita a filha dos amigos (rsrsrs). Enfim, uma partezinha chata. Mas quando entra na HQ propriamente dita, aí meu amigos, temos a obra prima em movimentos, e como a história por si só já é um marco, fica difícil errar seguindo a risca a HQ. 

Piada mortal em sua proposta não possui nada de diferente, é o coringa tentando vencer o Batman por meio da loucura e utilizando e torturando inocentes no nesse caminho. Mas a forma como é contada a composição do personagem coringa, a discussão sobre sanidade, as pequenas indagações sobre justiça e limites, são pequenos fragmentos que vão se juntando e fazendo de uma história comum em algo que fica marcado na memória, e que você termina e sabe que leu algo profundo, reflexivo e assustadoramente próximo de filosófico. A existência, o conflito social, o limite do justo e do necessário, o ciclo obsessivo, são todos pontinhos abordados acompanhados em cenas emblemáticas que vão ficar na memória. Acho que já deu para perceber que gosto muito dessa história.

Então é isso pessoal, a opinião sobre Piada Mortal, deixe seu comentário, diga ai do que o Batman estava rindo e o que aconteceu com o coringa depois da piada (eu achei engraçada).


Texto escrito por: Leonardo Bastos.
Edição: Carol Moraes.

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