segunda-feira, 11 de maio de 2015

A Menina que Semeava. (Ou não)

Ah... que bonitinho!! ^-^ (foi a reação que tive ao terminar de ler).


Sabe aquele ditado "não compre um livro pela capa", pois é, eu nunca obedeço ^^'

A Menina que Semeava (Blue)Geralmente, sou uma pessoa bastante visual, então, sim, eu fui conquistada pela capa, ela me chamou muita atenção e não resisti a um dia, passando pela livraria, acabar compram o livro e, além da capa, o subtitulo também me atraiu bastante "é preciso noite para surgir o dia". O.O Gostei. (ignorando o titulo) Foi como ser atingida por uma flecha do cupido rsrs sóquenão.

Entretanto, ele passou um certo tempo guardado. Motivo: tive receio em ler. Porquê? Os resumos tanto na parte de traz do livro, quanto os da internet e as sinopses não eram nada atraentes e animadoras, parecia que era tipo essas histórias da menina doente e etc.. Mas, quando comecei a ler, tive então uma grata surpresa! :D

A narração, a capitulação, a forma como realizava a troca entre os personagens, teve, inicialmente, um certo impacto junto com a necessidade de adaptação e ambientação (ainda não havia lido algo nesse formato), entretanto isso me agradou bastante, pois, uma vez já adaptada a esta forma de escrita ela acaba se tornando bem agradável! O livro é estruturado por capítulos não intitulados, apenas numerados, e dentro de cada capitulo há a narração que acompanha no minimo 2 personagens diferentes.  Chris (pai), Becky (filha), Polly (mãe), Miea e Gage, são os personagem que desenvolvem a trama, mas não detêm porcentagens iguais da história, apesar da constante mudança de foco do narrador entre os personagens, o foco é mais constante no Pai, na filha e em Miea, a mãe e Gage, aparecem poucas vezes, entretanto Gage é um personagem bastante importante, contudo, nem um pouco explicativo.

A final, do que se trata? O livro conta a história de um drama familiar, que tem bastante foco no Pai (Chris). Chris é botânico e atualmente separado, ele tem uma filha, mas por resultado de como se deu a separação e a forma como sua ex-mulher o trata, a relação entre pai e filha se tornou distante e "seca", e ele sofre muito com isso, pois ama sua filha, e não sabe como tratar essa situação, ele a vê apenas alguns momentos por semana. Becky é como qualquer adolescente, e também como qualquer adolescente receosa com o pai, e isso é mostrado de forma muito clara no inicio do livro. Entretanto a menina não é exatamente como qualquer pessoa, pois ela quando pequena teve câncer, foi tratada mas estava no estado de monitoramento da doença, passaram-se anos até que ela começou a sentir alguns sintomas de fraqueza, e então depois de uma discussão com o pai, Becky se tranca em seu quarto (no apartamento do pai), ainda se sentindo um tanto mal, mas é a partir deste momento que o livro muda de rumo.

Pois quando criança e doente, o pai ficava ao seu lado e, para ajudar sua pequena filha a superar as dificuldades da doença Chirs começou a criar com a pequena, uma história, e não somente uma história de princesas para passar o tempo e fazê-la conseguir dormir, mas sim um mundo inteiro de fantasia (como um RPG), e com isso Chris conseguia fazer com que os dias de tratamento de sua filha fossem mais suportáveis.

Em geral eu gostei do livro, com suas 414 páginas, ele é bem interessante, e não é como Harry Potter ou as Crônicas de Nárnia onde o mundo fantasia e o mundo real são bem definidos e a travessia entre um e outro é realizada de forma clara, mas, ele também não pode ser comparado ao Oceano no fim do Caminho de Neil Gaiman, onde o que é real e o que é fantasia são quase indistinguíveis, digamos que este livro fica aí, no meio termo entre essas obras ;).

Existe bastante conflito entre a mãe e o pai com relação a sua filha e ao próprio estado de saúde dela, e eu como leitora acabei me envolvendo com a história e seus conflitos e a discussão sobre as coisas que aconteciam. Ao final do livro e depois de ler algumas resenhas (depois que li) me veio um questionamento sobre a visão que as pessoas tem dessa história, a final você acredita nas coisas que aconteceram (como o pai)? ou você não aceita ou não acredita no que aconteceu (como a mãe)?

São questionamentos interessantes, afinal, a menina delirava em razão da doença?, buscava inconscientemente refazer o mesmo cenário de quando pequena para obter novamente algum conforto? eram apenas sonhos então? ou será que era tudo de fato real?

São tantas e boas hipóteses, em nota o autor diz "[...] Vários leitores leram este romance antes da publicação cada um deles fez uma interpretação diferente do livro." Eu digo: eu acreditei que seria possível, depois não, chegando no final acreditei novamente e por fim fiquei meio em dúvida, contudo tendo mais a dizer que eu fui na onda do autor, me deixei levar e isso me fez ter uma experiência muito boa e inesperada com este livro.

Criticas, sempre terão, nenhum livro, nem nada, nem ninguém é perfeito. Achei que o autor se estendeu de mais em mostrar este novo mundo (não curti muito) o que acabou fazendo a trama demorar a se desenrolar, eu via as páginas que restavam diminuindo em quantidade e nada de a coisa andar (tipo: bora, aperta o passo menino) e quando se desenrolou foi rápido. Nota importante para o titulo do livro que sinceramente, não combinou com seu conteúdo, não fez sentido, e o titulo em original, em inglês é Blue (azul), Ah! Azul... Azul como o mundo que foi criado por pai e filha (agora fez sentido).

Por fim, este é um livro bem relex, bonito <3, é um ótimo livro de cabeceira, daqueles que você pega para ler e descansar, e da tranquilamente para lê-lo e ler outro ao mesmo tempo.


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Texto escrito e editado por: Carol Moraes.
Revisão: Leonardo Bastos


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