sexta-feira, 20 de maio de 2016

A Guerra Civil dos Quadrinhos

Capa Guerra Civil Marvel HQ
Créditos da Imagem - fiqueligado.com.br
Um grupo de heróis infanto juvenis participantes de uma espécie de reality show, que acompanha seus feitos heroicos e televisiona suas aventuras, é responsável por uma catástrofe em larga escala.



Os aspirantes dos quais só me lembro da Namorita, prima ou sobrinha do Príncipe submarino Namor (que inclusive só se envolve na guerra por causa disso), se deparam com vilões de segundo escalão porém dentre eles se encontra Nitro, um personagem que foi capaz de quase nocautear o Hulk, ou seja um carinha forte, que era demais para o grupo juvenil. No meio da batalha Nitro usa seu poder e destrói praticamente toda cidade, o detalhe é que, todo o incidente teve ingredientes de irresponsabilidade dos heróis, eles podiam ter analisado melhor a situação e tido mais cuidado, até mesmo repassando a situação para heróis que pudessem ter controlado os vilões sem dificuldade, mas, empolgados com as câmeras os jovens ignoraram o perigo e o resultado disso foram milhares de mortes (inclusive as deles). Essa foi a última gota somada aos anos de batalhas que colateralmente prejudicaram as pessoas de alguma forma, assim resultando no clamor social para mais controle e limitação das ações dos heróis por meio do ato de registro dos heróis.

Esse plot polariza dois símbolos dos vingadores, o irresponsável, as vezes megalomaníaco e egocêntrico Tony Stark que se posiciona do lado do “governo” ou do que seria a “ordem” e do outro o bom samaritano, disciplinado e soldado escoteiro Steve Rogers contra uma imposição estatal e legislativa (perceberam uma inversão e posicionamento aí?).

Capitão América vê no ato de registro uma invasão da privacidade dos heróis, agredindo seu direito civil de privar sua identidade, além de os expor ao perigo de suas verdadeiras identidades caírem nas mãos dos seus maiores inimigos, que o digam homem-aranha e demolidor que volta de meia tem de abdicar da felicidade para preservar aqueles que estão a sua volta. Do outro lado temos o Homem de Ferro que vê no ato de registro uma ação necessária para as suas atuações como heróis o próximo passo da evolução deles como vigilantes. Tony Stark também entende que a sociedade tem certa razão em cobrar dos heróis que se responsabilizem quando as coisas dão erradas, e que haja um controle desses indivíduos que saem nas ruas arriscando as suas vidas mas também as vezes expondo pessoas inocentes as suas batalhas. Entendam que temos um herói querendo se responsabilizar pela catástrofe que um ato heroico causou, incluindo a destruição de uma escola pela qual Stark particularmente, se envolve emocionalmente confrontado por uma das mães das vitimas. E por outro lado um herói querendo defender seus companheiros contra a injustiça de terem seus direitos de ir e vir violados pelas ações erráticas de terceiros. Essa é uma discussão que vai longe pois envolve desde de direitos cívicos até o velho dilema da justiça feita com as próprias mãos, que não vou aprofundar nesse post, só queria mostrar como a historia é muito mais complexa nos quadrinhos do que foi apresentada no recente filme, Capitão América: Guerra Civil.

O quadrinho Guerra Civil é uma das sagas com melhor enredo e história já contada, criada por Mark Millar e ilustrada por Steve McNiven, marca época tanto pela abordagem do tema quanto pelo desenho, ilustrações essas que vão determinar a forma que conhecemos Steve Rogers e Tony Stark hoje em dia, influenciando fortemente o visual que conhecemos nos cinemas. A Marvel já era conhecida pela intricada teia de histórias que convergem entre quadrinhos e isso é muito bem explorado em Guerra civil. Vou usar como exemplo um momento curto da historia, que ilustra bem isso pois é bem construída e em poucos momentos mostra bem o que são os personagens, até onde estão dispostos a ir e em que se baseiam suas ações. Que é quando tanto Homem de ferro quanto Capitão América disputam uma aliança com o rei do crime, e temos toda uma construção de negociação entre os três personagens resultado em um desfecho no mínimo surpreendente, e essa é uma parte muito bacana porque mostra como o conflito se estende para todas as esferas do Universo Marvel.

É muito bom o envolvimento de diversos personagem nesta saga. Destaques para a ruptura do Quarteto Fantástico envolvendo a briga doméstica entre Sr. Fantástico e Mulher Invisível. Justiceiro salvando o Homem Aranha e depois praticamente sendo espancado pelo Capitão América (diga se de passagem dois momentos distintos do personagem na saga). Os X-Men não se envolvendo no conflito (que ironia). E claro, o cabeça de teia atuando dos dois lados.

A saga é muito bem trabalhada, e consegue passar, até para quem não conhece, os personagem exatamente o que são. E para quem já está acostumado com as historias é gratificantes você prevê a postura que assumem diante dos conflitos. Se fosse para indicar uma historia em quadrinhos para alguém começar a ler, indicaria essa. Meus momentos preferidos: Sansão lutando contra o clone do Thor e Homem Aranha fazendo fila na batalha e sendo observado pelo Sr. Fantastico que admirado vai exclamando vários elogios, até ser acertado pelo Spider com o próprio falando “Espetacular”. É realmente uma histórias com momentos épicos.

Então para quem não leu fica a dica para acompanhar essa saga, que coloco como uma das obrigatórias tanto para quem é fã e até para quem não é.


Se gostou da um curtir, compartilha, deixe seu comentário e recomende nosso blog! Valeu e até a próxima.


Texto escrito por: Leonardo Bastos.
Edição: Carol Moraes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário