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Os aspirantes dos quais só me lembro da Namorita, prima ou sobrinha do Príncipe submarino Namor (que inclusive só se envolve na guerra por causa disso), se deparam com vilões de segundo escalão porém dentre eles se encontra Nitro, um personagem que foi capaz de quase nocautear o Hulk, ou seja um carinha forte, que era demais para o grupo juvenil. No meio da batalha Nitro usa seu poder e destrói praticamente toda cidade, o detalhe é que, todo o incidente teve ingredientes de irresponsabilidade dos heróis, eles podiam ter analisado melhor a situação e tido mais cuidado, até mesmo repassando a situação para heróis que pudessem ter controlado os vilões sem dificuldade, mas, empolgados com as câmeras os jovens ignoraram o perigo e o resultado disso foram milhares de mortes (inclusive as deles). Essa foi a última gota somada aos anos de batalhas que colateralmente prejudicaram as pessoas de alguma forma, assim resultando no clamor social para mais controle e limitação das ações dos heróis por meio do ato de registro dos heróis.
Esse plot polariza dois
símbolos dos vingadores, o irresponsável, as vezes megalomaníaco e
egocêntrico Tony Stark que se posiciona do lado do “governo” ou do que seria a “ordem” e do outro o bom samaritano, disciplinado e
soldado escoteiro Steve Rogers contra uma imposição estatal e
legislativa (perceberam uma inversão e posicionamento aí?).
Capitão América vê no ato de
registro uma invasão da privacidade dos heróis, agredindo seu
direito civil de privar sua identidade, além de os expor ao perigo
de suas verdadeiras identidades caírem nas mãos dos seus maiores
inimigos, que o digam homem-aranha e demolidor que volta de meia tem
de abdicar da felicidade para preservar aqueles que estão a sua
volta. Do outro lado temos o Homem de Ferro que vê no ato de
registro uma ação necessária para as suas atuações como heróis
o próximo passo da evolução deles como vigilantes. Tony Stark
também entende que a sociedade tem certa razão em cobrar dos heróis
que se responsabilizem quando as coisas dão erradas, e que haja um
controle desses indivíduos que saem nas ruas arriscando as suas
vidas mas também as vezes expondo pessoas inocentes as suas
batalhas. Entendam que temos um herói querendo se responsabilizar
pela catástrofe que um ato heroico causou, incluindo a destruição
de uma escola pela qual Stark particularmente, se envolve
emocionalmente confrontado por uma das mães das vitimas. E por outro
lado um herói querendo defender seus companheiros contra a injustiça
de terem seus direitos de ir e vir violados pelas ações erráticas de
terceiros. Essa é uma discussão que vai longe pois envolve desde de
direitos cívicos até o velho dilema da justiça feita
com as próprias mãos, que não vou aprofundar nesse post, só
queria mostrar como a historia é muito mais complexa nos quadrinhos
do que foi apresentada no recente filme, Capitão América: Guerra Civil.
O quadrinho Guerra Civil é uma das
sagas com melhor enredo e história já contada, criada por Mark
Millar e ilustrada por Steve McNiven, marca época tanto pela
abordagem do tema quanto pelo desenho, ilustrações essas que vão
determinar a forma que conhecemos Steve Rogers e Tony Stark hoje em
dia, influenciando fortemente o visual que conhecemos nos cinemas. A Marvel já era conhecida pela intricada teia de histórias que
convergem entre quadrinhos e isso é muito bem explorado em Guerra
civil. Vou usar como exemplo um momento curto da historia, que
ilustra bem isso pois é bem construída e em poucos momentos
mostra bem o que são os personagens, até onde estão dispostos a ir
e em que se baseiam suas ações. Que é quando tanto Homem de ferro
quanto Capitão América disputam uma aliança com o rei do crime, e
temos toda uma construção de negociação entre os três
personagens resultado em um desfecho no mínimo surpreendente, e essa
é uma parte muito bacana porque mostra como o conflito se estende
para todas as esferas do Universo Marvel.
É muito bom o envolvimento de diversos
personagem nesta saga. Destaques para a ruptura do Quarteto Fantástico envolvendo a briga doméstica entre Sr. Fantástico e
Mulher Invisível. Justiceiro salvando o Homem Aranha e depois
praticamente sendo espancado pelo Capitão América (diga se de
passagem dois momentos distintos do personagem na saga). Os X-Men não
se envolvendo no conflito (que ironia). E claro, o cabeça de teia
atuando dos dois lados.
A saga é muito bem trabalhada, e
consegue passar, até para quem não conhece, os personagem exatamente
o que são. E para quem já está acostumado com as historias é
gratificantes você prevê a postura que assumem diante dos
conflitos. Se fosse para indicar uma historia em quadrinhos para
alguém começar a ler, indicaria essa. Meus momentos preferidos: Sansão
lutando contra o clone do Thor e Homem Aranha fazendo fila na batalha
e sendo observado pelo Sr. Fantastico que admirado vai exclamando
vários elogios, até ser acertado pelo Spider com o próprio
falando “Espetacular”. É realmente uma histórias com
momentos épicos.
Então para quem não leu fica a dica
para acompanhar essa saga, que coloco como uma das obrigatórias
tanto para quem é fã e até para quem não é.
Texto escrito por: Leonardo Bastos.
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Texto escrito por: Leonardo Bastos.
Edição: Carol Moraes.
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